domingo, 30 de novembro de 2014

Todos ao Tivoli!

No próximo dia 14 de Dezembro, às 11 da manhã (horário familiar), convido-vos a ver uma peça muito especial! A peça chama-se "Juca - O Amigo Guardião da Casa das Cores".

É especial porque é sobre a Casa das Cores

É especial porque é para crianças, mas os crescidos também vão gostar. 

É especial porque foi escrita e musicada pelo Pedro Branco (filho do José Mário Branco), que tem sido cinco estrelas connosco. E pessoalmente alegra-me a abrangência de sairmos da nossa "capelinha".

É especial porque o cenário vai ser composto "em directo" com as ilustrações da Vera Guedes. 

É especial porque tem a participação pro bono de figuras conhecidas como o Carlos Alberto Moniz, a Susana Arrais, o Lourenço Mimoso ou o Miguel Partidário. 

É especial porque o elenco se completa com a "prata da casa", incluindo várias amigas e este que aqui escreve. Nunca tive na minha "bucket list" entrar num teatro, mas vai dar-me muito gozo e gostava de ter lá muitos amigos a assistir a esse momento de improvável repetição!

É especial porque vai ser no mítico Tivoli - onde aos 6 anos vi o meu primeiro filme, a "Branca de Neve". O reverso da medalha é termos de vender 1088 bilhetes, precisamos de muita ajuda para isto!

É especial porque, mesmo antes de chegar ao palco do Tivoli, já leva a dedicação generosa e gratuita de várias pessoas - dos actores, dos técnicos, de quem nos tem arranjado materiais, de quem nos ajuda na divulgação...

É especial, sobretudo, porque o fim último do espectáculo, para além de divertir os espectadores, é apoiar a Casa das Cores. Um projecto em que os nossos profissionais dão o seu melhor por cada criança que, por circunstâncias menos felizes da vida, por lá passa. E é um orgulho ouvir a boa impressão de quem se cruza com o trabalho desta Casa.

Os bilhetes custam entre 8€ e 15€, e estão à venda no site da Ticketline e nos seus parceiros - Fnac, Worten, El Corte Inglés, CCB, Campo Pequeno, ABEP, Agências Abreu.

Já só faltam 2 semanas e precisamos mesmo de encher o Tivoli! Conto convosco!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Um dia faço um curso de jornalismo...

...esse dia chegou! Mas, como é meu hábito, deixem-me recuar um pouco no tempo.

Em Setembro reencontrei um amigo de infância, de quem não sabia desde os 12 anos. Uma das primeiras coisas que ele me perguntou foi: "Deixa-me adivinhar: és jornalista?" E pensei: "caramba, aos 12 anos já sonhava ser jornalista". Nesse tempo, partilhava o sonho com a minha amiga Joana, que seguiu essa via e é hoje jornalista na Lusa. Quem me fez os psicotécnicos sugeriu que eu tirasse uma licenciatura "mais abrangente", como Direito, e depois logo tratava de ser jornalista. E eu fui na cantiga.

Não me arrependo. Foram 5 anos bem passados e gostei de metade das cadeiras que fiz em Direito. A digestão do voluntariado e as dicas do António Barreto levaram-me a estudar Política Social em Londres, onde escrevi o meu primeiro blogue e fiz um curso de escrita jornalística. Regressado a Portugal, trabalhei em 3 ONG - a Tese, a FEC e o MSV, onde estou. Em várias entrevistas de emprego, ao descrever o meu percurso, fiquei sem reposta para a pergunta: "e o jornalismo, onde ficou?"

Devo à Susana, minha directora na FEC, a oportunidade de entrar no mundo da comunicação. Desde 2010, preparo o programa de rádio Lusofonias. Os conteúdos são responsabilidade da FEC e os meios são da Rádio Sim, onde o programa passa. Escrevo as entrevistas e assisto à gravação, e nestes 5 anos conheci muita gente interessante

Esta terça gravámos na rádio uma entrevista com o Nuno Azinheira, jornalista no DN, apresentador na RTP Informação e fundador do centro de formação Palavras Ditas, cujo site já me tinha despertado a curiosidade. No fim da entrevista, pensei: "não me posso esquecer de adicioná-lo no LinkedIn, agora que está fresquinho", como faço habitualmente aos convidados que mais me interessam. Esqueci-me. Nessa noite, recebo do Nuno um convite para o adicionar no LinkedIn (terá visto que lhe cusquei o perfil). Foi o primeiro sinal.

Na quarta, vejo no Facebook do Nuno e da escola que ainda havia vagas para um curso de introdução ao jornalismo, que era dado por ele e que ia ter como convidados o José Alberto Carvalho e o João Miguel Tavares. Lembra-vos alguma coisa? Era o sinal número dois.

Conversei com a Maria, para saber o que achava da ideia e porque a decisão de fazer o curso implicava 8 ausências na hora de ponta familiar. Sem hesitar, disse-me para avançar, e assim fiz. 
Já tive 2 sessões, ontem e hoje, 3 horas cada. O formador percebe disto a rodos e torna as aulas interessantes, a turma é muito simpática, e vejo-me a participar como nunca na vida. O que só confirma que é mesmo por aqui que quero ir. Não sei no que isto vai dar, vamos com calma... Mas lá que estou empolgado, estou!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Já tenho dentes!

E logo dois de uma vez, como a fotografia comprova!

Depois de um começo atribulado, em que as papas acabavam em todo o lado menos no estômago, os dentes e o infantário devem ter aberto o apetite ao Manel, que está agora numa fase sôfrega: não pode ver um biberão ou um prato de papa ou sopa, que começa logo a fazer sons de ansiedade. Ora vejam lá como ele abre bem a boca:

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Solo para platicar

Há coisa de um ano, contei-vos a nossa maluquice de fazer 380kms (para cada lado) só para ir jantar a Espanha com o Roberto, o nosso amigo guatemalteco. Para uma amizade vivida à distância de 8.000 quilómetros, não podíamos perder essa oportunidade, estando tão "perto".

Passado um ano, outro projecto trouxe-o de novo a Espanha, mas desta vez foi mais fácil: o Roberto adiou o regresso a casa para nos fazer uma visita de 2 dias em Lisboa. E só foi fácil porque ele quis aguentar as saudades da família, pagar o bilhete de avião e dar a volta ao patrão que o queria lá mais cedo - estamos a falar do Amorim lá do sítio, o empresário mais rico da Guatemala. Sublinho isto só para valorizar as decisões que nos aproximam de facto de quem gostamos; é fácil queixarmo-nos da falta de tempo ou assumir que é complicado, e ir adiando encontros que sabem pela vida.
Brunch de boas-vindas; ao fundo,
o pano da Guatemala que alegra a nossa sala
Outra coisa boa nesta visita foi podermos ter o Roberto perfeitamente "encaixado" na nossa vida familiar normal durante 48 horas. Ok, demos um passeio pela Baixa e fui mostrar-lhe o Mercado da Ribeira, mas foi tudo o que fizemos de turismo - ele já cá tinha estado duas vezes, em versão turista incansável, por isso não havia essa pressão. Quando perguntei o que lhe apetecia fazer nestes dias, respondeu-me «solo vine a platicar con vos» (vim só para conversar contigo), e assim foi! Esteve no almoço domingueiro nos meus sogros, foi ver o Sporting a Alvalade, foi levar e buscar os miúdos ao infantário, foi aos anos de uma amiga, foi conhecer o meu escritório e comemos uma bela posta mirandesa num dos meus restaurantes favoritos. E fartámo-nos de conversar, claro está!
Conhecemo-nos há 10 anos, vivemos juntos só no primeiro ano e desde então temos conseguido encontrar-nos praticamente todos os anos (só falhámos dois), o que é notável para os 8.000 quilómetros que referi ao início. Como dizem os ingleses, where there's a will, there's a way!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Memórias de Alvalade e um par de botas

O meu sportinguismo vem da família paterna. O meu avô fez-me sócio em miúdo e levava-me com frequência ao estádio. Tinha lugar cativo na central, com o filho e a filha, os meus tios. Já o meu pai, leão avesso a multidões, preferia f
sofrer em casa.

O meu tio Mário era caçador e levava o filho à caça e ao futebol. Lembro-me que muitas vezes calçavam umas botas alentejanas, pai e filho a fazer pendant, e eu, que sempre fui como a Maria Nabiça ("tudo o que vê, cobiça"), cobiçava-lhes não só as botas, mas - entendo-o hoje - sobretudo a cumplicidade. Não que o meu pai alguma vez me tenha faltado em amor e ajuda, nada disso, mas era mais de estar fechado nas suas "cavernas", e não tanto do estilo compincha que eu via no meu tio e nos pais dos meus amigos (quase todos 10-15 anos mais novos que o meu).

[Parêntesis "isto anda tudo ligado": Por essa altura, na chunguíssima escola da Trafaria, cruzava-me no recreio com o meu colega de catequese Fred com um amigo, e de reparar neste: "tem umas botas iguais à do meu primo". Um par de anos depois, tornámo-nos melhores amigos, e somos há 20 anos companheiros de sofrimento em Alvalade.]

A vida deu muitas voltas. O meu tio morreu novo, e acabaram-se as idas ao Sporting em família. O meu avô ainda viu o Sporting ser campeão, em 2000 (na noite dos festejos, a minha primeira paragem foi em sua casa); quando morreu, no ano seguinte, herdei-lhe uma gravata e um alfinete do Sporting, que nunca usei mas guardo religiosamente. Boa parte dos pais compinchas dos meus amigos desertaram para mulheres mais novas e as relações com os filhos esfriaram. O meu pai, a completar agora três quartos de século, continua igual ao que era: não ficou mais compincha, mas em várias ocasiões mostrou estar atento e deu conselhos certeiros; compreendo-o hoje mais do que antes, e espero ainda ir a tempo de uma aproximação que também o faça compreender-me melhor.

Já crescido, lá comprei umas botas alentejanas na Feira da Golegã, embora raramente as use. Digamos que enfiar no cano a barriga da perna não é fácil (as botas encolheram, só pode!). Mas em dias de jogo, como hoje, num estádio que já é outro, lá as junto à farda verde e cachecol, e assim avivo um pouco as memórias das tardes felizes do clã Tavares na central do velhinho Estádio José de Alvalade.

sábado, 1 de novembro de 2014

Santos da casa

Esta foi a primeira fotografia que me tiraram. Tinha 24 dias de vida quando fui baptizado, faz hoje 34 anos, e na altura ainda não havia a febre das fotografias logo na maternidade, ou os meus pais não a tinham (ou terei sido adoptado?). Fotógrafo-maníaco que me tornei ("se não foi fotografado é porque não aconteceu"), não deixo de achar uma graça simbólica a isto, como se só tivesse começado a viver realmente neste nascimento para os sacramentos, no dia em que se comemoram os santos anónimos.
Entre os lá de casa, pais e irmãos-padrinhos, mantemos o hábito de dar os parabéns pelo aniversário de baptismo, e durante muitos anos tinha até direito a bolo - somos católicos nerds, com muito gosto!